quinta-feira, 14 de março de 2013

A Caricía do Vento



Como a andorinha que se ausentou no inverno
Volto à terra amada onde cresci...
Entrei pelos caminhos carinhosos
Que nos meus tempos de criancice
Eram de areia branca e macia
Que nas noites de luar marcava a terra, como uma estria de prata...
Descalçando os sapatos, corro livre como o perfume da flor
Ouvindo o canto da passarada, jurando-me amor eterno...
Como é triste ausentar-se...
E a saudade é como uma joia preciosa presa no cofre do coração
Que não nos deixa esquecer nenhum momento sequer
Dos longínquos tempos felizes de outrora...
Fui para longe viver... e não vivi senão para a saudade
E quem sente a dor fina da saudade
Não vive para mais nada senão para o passado
E lembrar do passado, é viver duas vezes...
Os pintores de longe
Rabiscavam traços das paragens de lá
Paisagens sem-vida e sem beleza
Para quem traz na retina da alma
Os verdes campos da meninice...
Ah, saudade!
Foi por ti que voltei...
Voltei a correr hoje pela estradinha de terra branca e fina
Da terra que nasci
E voltei para sentir, para fazer balançar meus cabelos,
e acariciar meu rosto,
A Carícia do Vento
Carícia que não explica o quanto amo
E nem porque meus olhos brilham quando choro
A ventura de voltar
E sentir a carícia do vento que te acaricia
Enquanto estou longe...

Romeu Corrêa Garcia 05/08/1995